RCC Tocantins
09/10/2007 - 17h02m

Vaticano pede explicações sobre morte de Bispo chinês

 

O jornal do Vaticano, L'Osservatore Romano, deixou esta Segunda-feira sérias interrogações sobre as circunstâncias "surpreendentes" da morte de D. Han Dingxiang, bispo da Igreja "clandestina", que não está sob o controlo do regime de Pequim.

"A notícia da sua morte apanhou toda a gente de surpresa porque o prelado, de 68 anos, não parecia estar doente ou sofrer de qualquer afeção. Esta notícia suscitou a tristeza e aflição quando foi conhecida depois da morte", escreve o jornal.

D. Han Dingxiang que nasceu a 17 de Maio de 1939, morreu a 9 de Setembro. Foi ordenado padre em 1986 e Bispo a 14 de Novembro de 1989. Já em 1960, ainda como leigo, Han Dingxian fora preso sob a acusação de "atividades contra-revolucionárias" e enviado para um campo de trabalhos forçados, no norte da China. Libertado em 1979, foi preso novamente em Novembro de 1999 depois de ter pregado um retiro, e condenado a quatro anos de reclusão. A seguir, por "boa conduta", foi conduzido a uma esquadra de polícia, sendo mantido em isolamento por outros dois anos.

Em 2005, foi preso novamente, e conduzido a um local desconhecido. Desde então, não tinha havido qualquer notícia do seu paradeiro, até à sua morte.

"A morte do prelado ocorreu por volta da meia-noite, a cremação do corpo e a sua sepultura tiveram lugar no dia seguinte às 07h00 sem qualquer rito religioso e sem que os padres e os fiéis pudessem prestar homenagem aos seus restos mortais", escreve o jornal do Vaticano, precisando que segundo as informações, "a sepultura está colocada sob estreita vigilância policial".

Logo no dia seguinte à morte do Bispo, a agência católica AsiaNews referiu que os católicos suspeitavam de violência policial e estavam chocados com a decisão das autoridades chinesas de cremar o corpo do prelado, poucas horas após o seu falecimento, e de sepultar as suas cinzas rapidamente, num cemitério público, sem funeral religioso.

Segundo a AsiaNews, o caso faz lembrar o de outros Bispos torturados nas prisões, mortos e sepultados à pressa.




Fonte: Agência Ecclesia

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