RCC Tocantins
03/04/2007 - 00h00m

Semana Santa

 

Podemos chamar a Semana Santa de: a semana da paixão. Um Deus apaixonado pela humanidade que não poupa entregar seu único Filho pela redenção humana. No Natal, nós podemos contemplar o gesto de Deus que se humaniza para divinizar a humanidade. Na Semana Santa, nós contemplamos, Deus, Filho:

- Assumindo a miséria humana, para redimir o humano;

- Morrendo para restituir a vida à humanidade;

- Ressuscita para garantir a vida plena à humanidade;

No Natal temos a Encarnação. Deus assume em tudo a condição humana menos o pecado. Por que menos o pecado? Porque o pecado não faz parte da constituição humana. Ele é um corpo estranho no ser humano. É um defeito na obra prima do criador. O pecado é uma deformação da natureza humana.

Na Semana Santa, a Redenção. É a restauração da natureza deformada pelo pecado. É a reintegração da criação no projeto do Criador. Quando Adão e Eva desobedecem, são expulsos do Paraíso. Quebrou-se a comunhão com Deus. Levantou-se o muro da separação do divino com humano e do humano com o divino. Na Semana Santa este muro é destruído. Diz a narração da paixão e morte de Jesus: “Jesus deu um forte grito e expirou”. O véu do templo se rompeu de alto a baixo. O muro (véu) da separação foi rompido. Agora não há mais barreira entre o divino e o humano.  O humano foi re-introduzido no Paraíso. Isto é a Redenção da natureza humana.

Portanto, a Semana santa, é uma oportunidade para se: retirar, meditar, contemplar, interiorizar e entrar na mesma dinâmica de amor-doação de Jesus. É tempo de meditar o gesto de amor de Deus pelo ser humano. E o humano acolhendo este gesto o responde aderindo ao Projeto de Redenção.

Na quinta feira santa: Jesus, institui a Eucaristia, para perenizar sua presença divina no centro da vida humana. Ele se esconde no pão para habitar o coração do homem e da mulher, tornando-o sacrário vivo da Eucaristia. Mas ante de instituir a sua presença perene, lava os pés dos discípulos, como serviço ao ser humano e gesto de humildade. Como que dizendo: a condição de participar do banquete da Eucaristia é o serviço aos irmãos e irmãs. Quem se recusar de servir não deve se aproximar da refeição sagrada. Porque a Eucaristia é o alimento e fundamento da comunhão. Ela sela a unidade e ao mesmo tempo exige a comunhão dos irmãos. A Eucaristia não é devoção. É obrigação para com a comunhão. Só quem “lavar” os pés do outro é que pode receber a Eucaristia. Receber a Eucaristia sem comunhão com os irmãos não tem sentido e é desrespeito com o Senhor. É jogar pérolas aos porcos. A expressão “comungar a própria condenação” é justamente isto: receber a Eucaristia sem compromisso de comunhão.

Sexta feira santa: Podemos contemplar duas vertentes: o amor de Deus levado ao extremo e expressão máxima da dureza do coração humano. O poder dos humanos não se curva diante do projeto da Redenção. A rebeldia de Adão e Eva continua no coração dos seres humanos. A recusa da aceitação condena o Redentor a morte de cruz. A mais humilhante das condenações. O pior de tudo, é que essa dureza de coração se fundamenta na religião. Uma religião que mata seu Deus. Uma religião que se fecha a tal ponto que ignora o seu Senhor. E em nome do poder religioso mata-se o Deus Filho. O acontecimento da sexta feira é sinal de que não se entendeu nada da quinta feira santa. Quem não quer “lavar” os pés do outro, condena a morte. Quem não entra espírito de comunhão torna-se um algoz do semelhante.

Sábado santo: O mundo perplexo contempla em silêncio a “morte de Deus”. Como o centurião que cai aos pés do Crucificado e exclama que verdadeiramente este é o Filho de Deus, assim o mundo, no sábado, se sente. Por outro lado, o Crucificado, desce aos infernos (mansão dos mortos) para resgatar os mortos passados, presentes e futuros. O véu do santuário se rasgou para todos os vivos e os mortos. Em Cristo todos ressuscitarão. E ao cair da tarde, celebra-se a expectativa da Ressurreição. A Vigília Pascal faz uma retrospectiva da História da Salvação. Da criação do gênesis, passando pela libertação da escravidão no Egito, os profetas, Paulo até o Cristo, a plenitude dos tempos. À noite santa que se ilumina com a luz de Cristo (círio pascal).

Domingo da Ressurreição: A vitória da vida sobre a morte. O sepulcro está vazio e a pedra que o prendia foi retira. A luz do sábado a noite resplandece na madrugada de domingo, “Eu sou a luz do mundo”, Cristo ressuscitou, aleluia! É Páscoa passagem da morte a vida; o homem velho cedendo espaço para o homem novo; a nova criatura ressurge com o Ressuscitado. A Salvação objetiva está consumada.

Padre Vanilson
Ministério Cristo Sacerdote - RCC/TO
cristosacerdote@rccto.org.br

LINK CURTO: https://rccto.org.br/r/iq

© 2012-2024. RCC-TO - Todos os direitos reservados.