RCC Tocantins
07/12/2006 - 10h52m

Roma analisa cem anos do nascimento do movimento pentecostal

 
Encontro no Centro Por Unione

ROMA, segunda-feira, 4 de dezembro de 2006 (ZENIT.org).- O Centro Ecumênico Pro Unione Roma recordou o primeiro centenário do Movimento Pentecostal (1906-2006), analisando suas origens e sua relação com a Igreja Católica.

Com este motivo, organizou em 29 de novembro um encontro entre representantes católicos e expoentes do crescente Movimento Pentecostal/Carismático, movimento nascido em Azusa Street (Los Angeles) há 100 anos, que conta com 600 milhões de fiéis.

Dentro do catolicismo também existem correntes influenciadas pelo movimento pentecostal, como o movimento de renovação carismática.

Um dos elementos característicos é o batismo no Espírito, que se manifesta em diversos dons, como a «glossolalia» ou o dom que recebem alguns membros de falar em línguas.

Segundo explicou à agência Zenit o Pe. James Puglisi, diretor do Pro Unione, «o movimento pentecostal está crescendo muito e a Igreja Católica deve perguntar-se sem medo o porquê disso».

Para Puglisi, que também é ministro geral dos Franciscanos do Atonement, é importante que a Igreja Católica se interrogue sobre «o que significa crer hoje» e se perguntou se é suficiente «repetir fórmulas» ou se, pelo contrário, é necessário «entendê-las e vivê-las».

O encontro, centrado no desafio dos chamados «dons do Espírito» apresentou o Movimento Pentecostal desde o ponto de vista ecumênico, antropológico, moral e espiritual.

O Pe. Raniero Cantalamessa, capuchinho, pregador da Casa Pontifícia, recordou que os pentecostais e carismáticos dão importância ao Espírito Santo «sem esquecer Deus Pai e Deus Filho».

Alguns membros pentecostais, como Stanley Burgess, da Regent University de Virginia, ou Ruth Burgess, da Missouri State University, apoiaram os católicos para continuar aprofundando na experiência do Espírito Santo, segundo as diferentes tradições.

Dom Juan Usma Gómez, encarregado desde 1996 do diálogo católico-pentecostal no Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade entre os Cristãos, destacou que «o pentecostalismo formula sérias perguntas aos católicos» e alertou sobre os «vazios pastorais» existentes e sobre a necessidade de um «correto anúncio do Evangelho».

Segundo Usma Gómez, «a Igreja não deve ter medo do crescimento pentecostal» e não deve responder «com agressividade, ainda que às vezes alguns destes grupos atuem agressivamente».

O dominicano Bruce Williams, da Universidade Santo Tomás de Roma, explicou que no diálogo ecumênico às vezes «somos bons demais», declarando que não se pode dialogar a partir da «adulação», mas tampouco desde o «litígio»,senão com boa vontade de ambas partes para escutar.

O encontro mostrou como um dos pontos de diálogo entre pentecostes e católicos pode ser «redescobrir o aspecto trinitário» e reconhecer a validez do «Batismo no Espírito».

Os palestrantes coincidiram na necessidade de intensificar encontros deste tipo e trabalhar em projetos comuns entre pentecostais e católicos.

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