RCC Tocantins
26/04/2007 - 15h00m

Igreja se renova e rejuvenesce na leitura orante da Escritura, recorda Papa

 
CIDADE DO VATICANO - Na leitura orante da Escritura, e no conseqüente compromisso de vida, está o segredo do constante rejuvenescimento da Igreja, afirma Bento XVI.

Assim se desprende do decisivo ensinamento de outra das grandes personalidades dos primeiros tempos do cristianismo, Orígenes de Alexandria, eixo da catequese do Santo Padre nesta quarta-feira, durante a audiência geral, da qual participaram mais de 25 mil fiéis e peregrinos na praça de São Pedro, no Vaticano.

Orígenes -- «verdadeiro mestre», «brilhante teólogo», «testemunha exemplar da doutrina que transmitia» e «o autor mais prolífico dos primeiros três séculos cristãos» -- foi «determinante» «para todo o desenvolvimento do pensamento cristão», pois imprimiu a este um «giro irreversível», reconheceu Bento XVI.

Tratou-se da «fundação da teologia na explicação das Escrituras»; de fato, para Orígenes, «fazer teologia» era «essencialmente explicar, compreender a Escritura; ou poderíamos inclusive dizer que sua teologia é a perfeita simbiose entre teologia e exegese», declarou o Papa.

«Na verdade, a marca própria da doutrina de Orígenes parece residir precisamente no incessante convite a passar da letra ao espírito das Escrituras, para progredir no conhecimento de Deus», aprofundou.

Em essência, Orígenes aproveita todas as ocasiões para «recordar as diversas dimensões do sentido da Sagrada Escritura, que ajudam ou expressam um caminho no crescimento da fé», apontou o Santo Padre.

E aludiu, em primeiro lugar, ao sentido «literal», que «oculta profundidades que não aparecem em um primeiro momento».

«A segunda dimensão -- prosseguiu -- é o sentido ‘moral’: o que devemos fazer vivendo a palavra.»

«Finalmente o sentido ‘espiritual’, ou seja, a unidade da Escritura, que em todo o seu desenvolvimento fala de Cristo -- precisou. É o Espírito Santo quem nos faz entender o conteúdo cristológico e, assim, a unidade da Escritura em sua diversidade.»

«Tentei um pouco -- reconheceu Bento XVI --, em meu livro ‘Jesus de Nazaré’, assinalar na situação atual estas múltiplas dimensões da Palavra, da Sagrada Escritura, que antes deve ser respeitada justamente no sentido histórico.»

«Mas este sentido nos transcende para Cristo, na luz do Espírito Santo -- explicou --, e nos mostra o caminho, como viver.»

Antes de concluir, o Santo Padre convidou a acolher o ensinamento do grande mestre que foi Orígenes, que «nos recorda com íntimo entusiasmo que, na leitura orante da Escritura e no coerente compromisso da vida, a Igreja sempre se renova e rejuvenesce».

«A Palavra de Deus, que não envelhece jamais, nem se esgota nunca, é meio privilegiado» para o citado fim, porque ela, «por obra do Espírito Santo, nos guia sempre de novo à verdade completa», afirmou o Papa.

«Peçamos ao Senhor que nos dê hoje pensadores, teólogos, exegetas que encontrem esta multidimensionalidade, esta atualidade permanente da Sagrada Escritura, para alimentar-nos realmente do verdadeiro pão da vida, de sua Palavra», concluiu.

A reflexão do Papa continua com a série de intervenções nas audiências gerais que está oferecendo sobre as personalidades da Igreja nascente, depois de ter apresentado os doze apóstolos e aos discípulos destes.

Fonte: ZENIT

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