RCC Tocantins
08/05/2007 - 14h21m

Entrevista com o presidente eleito da CNBB

 
Dom Geraldo Lyrio Rocha, presidente da CNBB, em entrevista à Assessoria de Imprensa, fala da missão da Igreja

Sobre a missão da Igreja

A grande missão da Igreja é evangelizar e disto a Igreja não pode abrir mão. Evangelizar com renovado ardor missionário, como está no objetivo geral da ação evangelizadora da Igreja.O Papa João Paulo II convocou a todos nós da América latina, à Igreja do mundo inteiro a implementar uma nova evangelização, com novo ardor, novos métodos, com novo entusiasmo. Estamos diante de um desafio missionário que é um desafio permanente ao longo de toda a história da Igreja, mas que naturalmente vai recebendo um contorno diferente em cada época porque as realidades sociais, culturais, econômicas, políticas mudam, os desafios aumentam e a Igreja tem que ser este fermento transformador da massa, para que todos possam viver vida nova e vida plena como Jesus Cristo nos anuncia.

O papel do leigo

Sem dúvida alguma, é preciso promover o protagonismo do leigo. Quando a gente fala em protagonismo, quer dizer que o leigo não é coadjuvante. Ele tem papel principal. E é o leigo que faz com que a mensagem do Evangelho chegue às várias instituições da sociedade, aos vários ambientes, à família, às estruturas econômicas, às estruturas sociais, culturais, aos meios de comunicação, enfim, nas várias frentes da atividade humana. É aí que o leigo se encontra e ele deve ser, como diz o próprio Senhor Jesus, sal da terra, luz do mundo, fermento na massa.


Sobre participação dos casais de segunda união

A Igreja é Mãe para todos os seus filhos e filhas. Com muita sabedoria o papa João Paulo II, no importante documento, após o Sínodo sobre a família, dizia que o fato de um casal de segunda união não poder se aproximar do sacramento da Eucaristia, não significa que esteja impedido de participar de outras atividades da Igreja; pelo contrário, é convidado a participar ainda com maior intensidade.


Sobre a política

A política no país tem inúmeras vertentes. É preciso discutir a partir do aspecto em que se pó o problema


A corrupção

A questão da corrupção não pode ficar encoberta. É preciso que se investigue a fundo e se puna os acusados. E ainda, aquilo que foi tirado dos cofres públicos precisa ser restituído.

Violência e redução da maioridade penal

É outro tema que nos preocupa. Não é reduzindo a maioridade penal que se supera a violência. Em torno da violência se abre um leque imenso que deve ser enfrentado com muita determinação. Não com a redução da maioridade penal. Sem dúvida, a aplicação efetiva do Estatuto da Criança e da Adolescência se apresent como caminho para superação da violência praticada por menores ou contra eles


Sobre o trânsito religioso

Aumentou a qualidade da vida eclesial. As paróquias não estão esvaziando. Inclusive, estamos criando novas paróquias. Não estamos percebendo esvaziamento nas festas religiosas. Há uma participação crescente nas Missas, nas Pastorais sociais,tais como, Pastoral da Criança, Pastoral Familiar, Pastoral da Sobriedade.

O que mais me preocupa não é o trânsito religioso, mas o número crescente dos que se declaram sem religião, atingindo sobretudo a classe média e a juventude. Perder o referencial religioso é perder algo fundamental na vida.

Sobre a presidência da CNBB

A presidência da CNBB age de forma colegiada. Há funções delegadas à presidência. Qualquer um que seja votado terei um relacionamento muito fraterno. No ano em que a CF aborda a Amazônia é muito bom que o vice-presidente seja o arcebispo de Manaus.

Fonte: CNBB

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