RCC Tocantins
05/06/2007 - 09h05m

Consagração das Famílias ao Sagrado Coração

 
O congresso internacional «Cor Iesu, Fons Vitae» («Coração de Jesus, fonte de vida») aprofundou na essência e na formação do amor de Cristo e a Cristo.

De 1º a 3 de junho, o encontro reuniu em Barcelona cerca de 400 inscritos na parte acadêmica -- conferências e mesas redondas --, assim como centenas de jovens na vigília noturna da noite no Mosteiro da Visitação e aproximadamente mil pessoas na Eucaristia de encerramento e na consagração das famílias ao Sagrado Coração, celebradas no Tibidabo.

Antes da Eucaristia conclusiva, a palestra do cardeal Salvatore De Giorgi, membro do Conselho Pontifício da Família, sobre o Coração de Jesus como fonte de vida para a família, recebeu uma calorosa acolhida por parte dos assistentes, que o interromperam com aplausos em várias ocasiões, por sua defesa da família e da liberdade da família na sociedade atual, frente aos ataques que recebe.

«Parece-me oportuno precisar que o matrimônio, ainda como simples instituição natural, dimanou do amor de Deus Criador, segundo palavras que não admitem equívocos: ‘Por isso o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e serão os dois uma só carne’», disse, segundo refere a agência Veritas.

E continuou: «Considerei oportuno fazer esta precisão, porque com relação à família está acontecendo uma crescente agressão de forças culturais, sociais e políticas que tentam arrancá-la de seu fundamento natural, o matrimônio, equiparando-a a outras formas de convivência, como as uniões de fato e inclusive às não naturais».

O cardeal afirmou que «é especialmente eficaz a oração ao Coração de Jesus, como também o é a consagração da família, além da pessoa».

Explicou que «o amor de Jesus, simbolizado por seu Sacratíssimo Coração, é fonte e modelo do amor conjugal, que deve por isso ver-se no espelho do Amor de Cristo à Igreja e imitá-lo, ainda com todas as limitações da condição humana».

Para aspirar a esse modelo, a família conta -- assinalou o cardeal -- com a graça do Sacramento e com «a oração em família, isto é, feita em comum, marido e mulher juntos, pais e filhos juntos, em todas as situações e vicissitudes alegres e tristes da vida familiar».

Dom De Giorgi também disse que «o amor conjugal deve ser fiel na alegria e na tristeza, no plano do corpo e no do espírito e, portanto, totalmente contrário ao adultério e ao divórcio, que são a negação do verdadeiro amor, sendo este por sua natureza irreversível e indissolúvel».

Com relação ao divórcio, afirmou que «não só atenta contra a Aliança de salvação, da qual o sacramento do matrimônio é sinal, mas também introduz na família e na sociedade uma desordem incalculavelmente danosa» e acrescentou que o problema se agrava quando os divorciados se casam de novo no civil.

Bento XVI dirigiu uma mensagem aos participantes do Congresso, que foi lida pelo arcebispo de Barcelona, Dom Luís Martinez Sistach, no Tibidabo, depois da Eucaristia, presidida pelo Núncio Apostólico na Espanha, Dom Manuel Monteiro de Castro.

O Papa convidou em sua mensagem a aceitar o amor de Cristo, antepondo-o a todas as coisas, e a corresponder-lhe. «Frente à cultura da morte, está o coração de Jesus, fonte de vida», questões que Dom Monteiro desenvolveu em sua homilia, na qual convidou a refletir o amor de Jesus e a fazer o propósito de «ser fiéis, de dar testemunho de nossa fé na vida privada e na vida pública, sem medo».

Entre os palestrantes do congresso se encontrava o postulador da causa de canonização do beato Pio IX, Dom Brunero Gherardini, que destacou seu impulso da devoção ao Sagrado Coração de Jesus e da entronização do Sagrado Coração na sociedade e nas famílias.

Também interveio o diretor do Departamento de Filologia Semítica da Universidade de Barcelona, o passionista Luis Díez-Merino, que assinalou que os documentos pontifícios mostram três aspectos do coração de Jesus: «o coração de carne enquanto Cristo humano, o coração ético, como vida interior e, por último, como símbolo do amor de Jesus Cristo». Também destacou que «na Bíblia, o coração de Jesus aparece 600 vezes com múltiplos significados».

O Pe. Edoard Glotin afirmou que a espiritualidade do Coração de Jesus é a espiritualidade central da Igreja, porque governa toda a vida sacramental. Cada um dos sete sacramentos deriva do coração transpassado de Jesus, recordou.

O secretário-geral da Conferência Episcopal Espanhola, Pe. José Antonio Martinez Camino, destacou em sua intervenção que Bento XVI fala cinco vezes, em passagens-chave da encíclica «Deus caritas est», do lado aberto ou do coração transpassado de Cristo, destacando como «Deus se fez visível, mostrou seu coração».

Fonte: Zenit.org

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