RCC Tocantins
24/05/2007 - 11h37m

Bispos opõem-se ao programa de trabalhadores temporários nos Estados Unidos

 
WASHINGTON (ZENIT.org).- Os bispos americanos expressaram na terça-feira sua «firme oposição» a um projeto de imigração que se debate no Senado, no qual se inclui um programa de até 400.000 trabalhadores temporários por ano.

«Não se dá aos trabalhadores a opção de residência permanente -- disse Dom Thomas G. Wenski, bispo de Orlando, Flórida. Isso pode criar uma subclasse trabalhista, com pessoas facilmente exploráveis e sem direitos nem privilégios plenos em nossa sociedade.»

Dom Wenski, presidente da Comissão de Migração da Conferência Episcopal, falou em nome do organismo eclesial, em uma audiência ante o Subcomitê de Imigração e Cidadania da Câmara de Representantes, a primeira desde que se conseguiu o acordo na semana passada entre republicanos para iniciar um novo debate sobre reforma migratória.

A audiência convocou 16 depoentes, majoritariamente de grupos religiosos e ativistas de direitos dos imigrantes.

A Igreja Católica, que com freqüência deu refúgio a imigrantes ameaçados pela deportação, «tem reservas» acerca da obrigação que os trabalhadores temporários terão com a nova lei para retornar a seus países de origem por um ano, após dois anos de permanência nos Estados Unidos, disse Dom Wenski.

«Isso pode ter como resultado a decisão de alguns deles de ficar ilegalmente», agregou.

Assinalou que os aspectos relacionados à legalização dos imigrantes através do chamado «visto Z»; os indocumentados recebidos não poderão solicitar a vinda de seus familiares imediatos que vivem fora dos Estados Unidos até que obtenham a residência permanente.

Essa espera «pode durar entre 8 e 13 anos e possivelmente mais», disse. Também assinalou que outra preocupação é que o «visto Z» obriga seus beneficiários a retornar a seu país de origem para finalmente pedir a residência permanente.

«Trata-se de um requisito que pode implicar uma carga desnecessária nos solicitantes que não podem retornar ou que não desejam enfrentar o terror de não ser aceitos de volta -- disse Dom Wenski. Isso ‘esfriaria’ a participação no programa, o que levaria o próprio programa ao fracasso.»

A Conferência Episcopal se pronunciou em reiteradas ocasiões sobre a reforma migratória e Dom Wenski afirmou que a Igreja Católica deseja leis que dêem aos trabalhadores imigrantes e às suas famílias a possibilidade de residência permanente.

Igualmente, o episcopado pediu que se estabelecesse um novo programa de trabalhadores temporários com possibilidade de residência; que se assegure a união da família em um tempo razoável e se dêem políticas que encarem as raízes das causas da migração, como a falta de desenvolvimento econômico nos países de onde provêm os imigrantes.

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