RCC Tocantins
03/07/2007 - 14h45m

Bispos da Colômbia pedem liberdade de seqüestrados e luta contra corrupção

 
BOGOTÁ (ZENIT.org).- A Conferência Episcopal da Colômbia (CEC) pediu à sociedade que se «levante frente à tragédia do seqüestro e exija a liberdade de todos os que estão injustamente privados dela».

O organismo episcopal exigiu o cessar da violência e convidou a preferir «o caminho honesto e mais lento ao atalho rápido, mas ilícito».

Os anúncios aconteceram durante a inauguração da LXXXIII Assembléia do Episcopado, que se celebra de 2 a 6 de julho, e cujo tema central é a Vida Consagrada.

O Presidente da CEC, Dom Luis Augusto Castro Quiroga, afirmou que a morte dos 11 deputados do Valle del Cauca «pesa na consciência dos colombianos».

«Todos poderíamos ter feito muito mais para que regressassem vivos. A insistência em um Acordo Humanitário não foi escutada. Fomos inferiores neste esforço. Permitimos que morressem sem liberdades e longe de suas famílias, sofrendo doenças, fome e falta de proteção.»

Dom Castro Quiroga reiterou que «acima da vida não pode existir nenhuma consideração.

Trabalho pela paz
Destacou «o trabalho que silenciosamente adiantam sacerdotes, religiosas, religiosos e leigos em todos os cantos do país, assumindo dia a dia o acompanhamento de suas comunidades em meio à confrontação armada».

«A primeira e fundamental aposta da Igreja pela paz está ali, nas pessoas, presentes em bairros, municípios, comunas e veredas, porque a paz tem sentido na própria transformação da pessoa humana», afirmou o arcebispo de Tunja e presidente da CEC.

«Em coerência com sua missão e em correspondência com o princípio de que uma paz sustentável e duradoura implica o envolvimento de todos os atores armados ilegais, a Conferência Episcopal viu a necessidade de se fazer presente nos momentos mais significativos e determinantes do avanço nos incipientes processos que se adiantam com cada um deles», explicou.

Corrupção
Com relação à corrupção, precisou que esta mentalidade do atalho ilícito «está sendo fortemente atacada hoje em todos os níveis: político, empresarial e pessoal. Esperamos que, apesar do sofrimento que gera nos afetados e suas famílias, o país todo possa viver uma experiência pedagógica e espiritual de purificação e de mudanças de critério, e assim volte a preferir o caminho honesto e mais lento, ao invés do atalho rápido, mas ilícito».

Vida Consagrada
Sobre a temática da Assembléia do Episcopado, assegurou que «há um vínculo especial entre o Bispo e a Vida Religiosa, já que os dois foram chamados à mesma missão, que é mostrar a vida cristã em sua forma mais perfeita. Encontramos assim uma bela comunhão, desde suas origens, entre vida carismática e missão apostólica».

Arcebispo de Manizales
Igualmente, exaltou a valentia do Arcebispo de Manizales, Dom Fabio Betancur Tirado, que há dois meses esteve a ponto de ser preso por uma ação judicial relacionada a um ex-seminarista que o acusa de ter sido expulso por ele do Seminário de Manizales sem justa causa.

«O arcebispo optou por ser fiel à Igreja, ainda que isso lhe trouxesse os problemas conhecidos. Ele albergava a confiança de que o Estado colombiano mantivesse os acordos firmados segundo a práxis concordatária entre o mesmo e a Santa Sé. O ramo judicial do Estado desconheceu o Tratado, cuja validade foi anotada pela mesma Chancelaria a partir da advertência do Senhor Núncio, e condenou o arcebispo. Como sabemos, essa condenação não prosperou e esperamos que definitivamente seja anulada.»

Disse que esta experiência «nos deixa muitos ensinamentos, seja para planejar nossas relações com os organismos do Estado e para enfrentar possíveis conflitos, assim como para blindar nossas instituições eclesiásticas, especialmente os seminários, de indevidas ingerências. Em muitas instâncias, ainda defendendo a Concordata, devemos defender-nos como se a Concordata não existisse».

Pode-se ler o discurso inaugural da LXXXIII Assembléia do Episcopado no site da Conferência Episcopal da Colômbia (http://www.cec.org.co).

LINK CURTO: https://rccto.org.br/r/5G

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