RCC Tocantins
09/02/2009 - 00h00m

O poder de Jesus

 

Através dos Evangelhos se percebe claramente o poder divino de Jesus que operou curas maravilhosas do corpo e da alma. Lemos em São Marcos o que Ele disse àquele leproso que, de joelhos, lhe suplicava que o libertasse daquela terrível moléstia: “Eu quero: fica curado” (Mc 1,41). É de se notar a perspicácia daquele hanseniano que havia assim se dirigiu a Cristo: “Se queres , tens o poder de curar-me”.
Mostrou duas condições básicas para que a força celeste do Filho de Deus possa realizar prodígios, ou seja,  total conformidade com a vontade divina e a fé irrestrita no seu poderio.
O próprio Cristo mostrou qual a fonte deste seu império sobre todos os males: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10,30), isto é,  Ele é verdadeiramente Deus, sendo sem limite sua providência. Qualquer doença, mesmo a morte, os poderes ocultos, todas as forças deste mundo, tudo está submetido à sua palavra poderosa. Ao contrário dos homens, Ele só empregou sua onipotência para fazer o bem. Abraham Lincoln disse com razão: “ Muitos são os que podem suportar a adversidade, mas se quereis testar o caráter de um homem, dai-lhe poder”.
A própria maneira como agiu Jesus neste mundo é, aliás, uma prova a mais de sua divindade: Ele pode tudo, mas veio como Salvador a serviço da humanidade! Ele mesmo afirmou: “Eu vim para que todos tenham a vida e a tenham em abundância”  (Jo 10,10). Percebe-se, além disto,  que nunca Jesus quis dar espetáculo ao operar maravilhas, mas tinha sempre uma finalidade superior ao fazer seus milagres.
Eis por que Ele pediu ao leproso que não divulgasse aquele feito extraordinário. A notoriedade meramente humana estava fora de seus planos. Lemos, com efeito em São Lucas que, mais tarde, quando Jesus foi preso, Pilatos soube que Ele era da jurisdição de Herodes, enviou-O até aquele governador. Registrou o Evangelista que "Herodes alegrou-se muito em ver Jesus, pois de longo tempo desejava vê-lo, por ter ouvido falar dele muitas coisas, e esperava presenciar algum milagre operado por ele". (Lc 23,8). Jesus nada fez, pois jamais  realizaria algo apenas para satisfazer a curiosidade malsã daquele tetrarca da Galiléia.
Inúmeras, portanto, as lições que no exercício de sua soberania Jesus nos legou. Mostrou, com efeito, que todo poder deve estar unicamente a serviço do próximo e da glória do Ser Supremo. Quem foi investido de alguma autoridade precisa, portanto, estar cônscio de sua enorme responsabilidade. Jesus é disto, de fato,  o modelo, pois nem Moisés, nem Davi, nem Salomão ou qualquer outra personagem da História soube como Ele exercer com total retidão um posto de honra entre os homens. Jesus, sim, é o Rei de justiça e misericórdia, sempre ajudando a monitorar os desvios do coração no relacionamento com o próximo. Por ter um poder divino, outro ensinamento, que a cura do leproso traz para todos os cristãos, é uma confiança inabalável em Cristo. Confiança esta baseada num profundo engajamento interior do coração naquele que, realmente, pode amparar em qualquer circunstância da vida. Daí a consciência de uma total dependência dele e decisão corajosa de viver uma vida que reflete uma íntima união com ele. São Paulo penetrou fundo na onipotência de Cristo e afirmou: "Tudo posso naquele que me conforta" (Fl 4,13). O Apóstolo tinha  uma confiança indefectível que lhe dava uma segurança incondicional. Quem assim procede  se torna  destemido e constante em qualquer momento da vida, ciente de que, sempre que necessário, Cristo intervirá e com seu poder todas as tribulações poderão ser vencidas.
Feliz aquele cuja fé  não conhece outros limites senão os da Onipotência e da infinita Bondade do Coração  do todo-poderoso Redentor . * Professor no Seminário de Mariana de 1967 a 2008.

Fonte:Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho

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