RCC Tocantins
15/06/2007 - 00h00m

A Teologia da Libertação

 
A Teologia da Libertação foi teorizada em 1972 pelo teólogo peruano Gustavo Gutiérrez. Sua fonte foi uma obra de Paulo Gauthier, denominada “Os pobres, Jesus e a Igreja” publicada em 1953.
O movimento por ele desencadeado quis ser uma voz de um povo oprimido e ganhou popularidade na América Latina dadas as circunstâncias políticas e sociais aqui reinantes.

Na sua viagem ao México, em janeiro de 1979, o papa João Paulo II declarou que uma concepção de Cristo como uma figura política, um revolucionário, é incompatível com os ensinamentos da Igreja.

A Congregação para a Doutrina da Fé condenou determinados conceitos calcados na filosofia marxista por parte de certos adeptos da Teologia da Libertação e mostrou a necessidade de se colocar as aspirações dos povos latino-americanos de acordo com a doutrina social da Igreja que é eminentemente libertadora. Houve mesmo quem pensasse em cristianizar o marxismo o que é um absurdo filosófico, dado que no cerne da doutrina de Marx e seus sequazes está o ateísmo, não havendo nenhuma abertura para a transcendência.

Agostinho cristianizou Platão, sendo que Tomás de Aquino cristianizou Aristóteles, mas aqueles filósofos gregos,no bojo de sua doutrina, não apresentam laivos de materialismo.

Adite-se que, na tradição cristã, os pobres têm, desde o início da História da Igreja, um lugar particular. Sempre houve a opção preferencial para os deserdados deste mundo na alheta do Mestre Jesus Cristo.

A Teologia da libertação propõe libertar os pobres da pobreza material, combatendo o capitalismo. Deve-se, de fato, lutar contra o capitalismo liberal, que é alienante, dado que de capital todo mundo precisa para um mínimo de sobrevivência e independência. O papa João Paulo II e o atual pontífice Bento XVI sempre se mostraram desfavoráveis a este movimento por causa das teorias marxistas com conceitos como a luta de classes, que geraram as guerrilhas. As críticas do Vaticano se concretizaram recentemente dia 15 de março de 2007 quando a citada Congregação para a doutrina da fé mostrou que havia notáveis divergências com a doutrina da Igreja por parte do jesuíta Jon Sobrino. Este salienta o aspecto humano de Cristo em detrimento de sua divindade. Jon Sobrino foi interditado de ensinar pelo Arcebispo de São Salvador, Fernando Saenz Lacalle. O certo é que os teólogos da libertação oferecem sérios perigos para a fé e a vida teologal e moral dos cristãos.

Deve-se lutar sempre a favor das melhores condições de vida econômica, social e política de todos os cidadãos, defendendo a dignidade da pessoa humana, mas as expressões teológicas precisam ser ortodoxas e coerente com a verdadeira doutrina do Evangelho.

Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho
Professor no Seminário de Mariana - MG

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