RCC Tocantins
08/01/2008 - 12h21m

Cardeal Hummes propõe reparar infidelidade de alguns sacerdotes

 
Em uma entrevista ao jornal vaticano, assegura que são menos de 1%

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 7 de janeiro de 2008 (ZENIT.org).- O cardeal Cláudio Hummes, prefeito da Congregação para o Clero, comentou ao jornal vaticano «L’Osservatore Romano» a iniciativa, lançada pelo dicastério que ele preside, de celebrar uma adoração eucarística perpétua no âmbito mundial para orar pela santidade dos sacerdotes.

O purpurado brasileiro indica que os sacerdotes infiéis a seu compromisso de celibato são menos de 1%.

O cardeal Hummes reconhece, na entrevista publicada pelo jornal vaticano em 5 de janeiro passado, que «sempre houve problemas porque todos somos pecadores», mas «na atualidade, fatos verdadeiramente muito graves foram denunciados».

A iniciativa foi convocada pela Congregação vaticana para o Clero com uma carta datada de 8 de dezembro de 2007 (Carta pela santificação dos sacerdotes).

Obviamente, sublinha o cardeal Hummes, deve-se recordar que estes fatos afetam só a uma mínima parte do clero: «Nem sequer 1% tem a ver com problemas de conduta moral e sexual. A grande maioria não tem nada a ver com fatos desse tipo».

Apesar disso, acrescenta, todos os sacerdotes precisam «de ajuda espiritual para viver a própria vocação e a própria missão no mundo de hoje» e daí a proposta de uma iniciativa que tem dois aspectos: «a adoração eucarística, perpétua se for possível, e a maternidade espiritual em favor dos sacerdotes».

«Propusemos aos bispos que promovam nas dioceses autênticos ‘cenáculos’ nos quais consagrados e leigos se dediquem, unidos e em espírito de verdadeira comunhão, à oração sob forma de adoração eucarística continuada», assinala o purpurado.

O objetivo é que «de cada ângulo da terra se eleve sempre a Deus uma oração de adoração, ação de graças, louvor, súplica e reparação. Uma oração incessante para suscitar um número suficiente de vocações ao sacerdócio santas e, juntos, acompanhar espiritualmente, com uma espécie de maternidade espiritual, todos que já foram chamados ao sacerdócio».

O cardeal recordou que se escolheu a adoração eucarística porque «é o próprio centro da vida da Igreja, o ponto mais alto».

Acrescentou que «o sacramento da Eucaristia está totalmente ligado ao sacerdote, que é ordenado sobretudo para celebrá-lo» e que, por este motivo, «a adoração eucarística em favor dos sacerdotes recorda a própria natureza do sacerdócio».

Os destinatários da iniciativa são «todas as forças vivas, a partir das crianças que se preparam para a primeira comunhão».

Acrescenta que corresponde um papel especial às religiosas. «A exemplo de Maria, as almas femininas consagradas podem adotar espiritualmente os sacerdotes para ajudá-los com sua entrega, oração e penitência.»

O purpurado assinala que a vocação a ser mãe espiritual dos sacerdotes é «pouco conhecida, escassamente compreendida e por isso pouco vivida, apesar de sua importância fundamental e vital».

«Independentemente da idade e estado civil, todas as mulheres podem converter-se em mães espirituais de um sacerdote», indica, e recorda que isso implica orar «por um sacerdote específico e acompanhá-lo assim durante toda a vida», em geral de forma anônima.

«Isso, diz-nos a história, produz grandes frutos espirituais em favor dos sacerdotes» que «gastam toda a vida, ainda com seus limites, por Deus e pelo próximo», «pregam e cultivam o bem, ajudam as pessoas».

Em uma sociedade na qual a cultura é «muito crítica, inclusive adversa à religião» e com freqüência se atua «como se a fé tivesse de desaparecer», todos os cristãos estão chamados a rezar por seus ministros e por sua santificação, conscientes de que os sacerdotes são «grandes benfeitores da humanidade».


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