RCC Tocantins
17/08/2007 - 14h44m

Igreja se posiciona sobre o terremoto no Peru

 
O Peru foi atingido, na noite passada, por um desastroso terremoto que causou, até agora, cerca de 450 mortos, 1.500 feridos e milhares de deslocados. Trata-se, todavia, de um balanço provisório, pois muitos dos feridos se encontram em estado grave.

Imediatamente informado sobre o abalo sísmico, o papa se disse "profundamente sentido", expressando sua "proximidade espiritual" aos familiares das tantas vítimas, aos feridos e àqueles que foram privados de suas casas.

Num telegrama enviado em seu nome, pelo cardeal secretário de Estado, Tarcisio Bertone, aos ordinários das dioceses atingidas pelo sismo, Bento XVI, manifesta seu "afeto ao querido povo peruano", assegurando suas orações pelos defuntos e lançando um apelo às instituições e às pessoas de boa vontade, a fim de que ofereçam "com caridade e espírito de solidariedade cristã, as ajudas necessárias aos sinistrados".

Com esses sentimentos, o Santo Padre concede aos atingidos e aos que nestas horas lhes prestam socorro, a sua bênção apostólica.

O violento abalo sísmico teve lugar às 18h40 locais. Os tremores - de diversas intensidades, o mais forte foi de quase 7,9º na escala Richter, - foram registrados em todos os centros de observação sísmica do continente americano, e sentidos também no Equador, Colômbia, Bolívia e Brasil.

Moradores do Amazonas contam que sentiram a vibração de paredes e móveis. Muitos já estavam se preparando para dormir, quando foram surpreendidos pelo tremor.

O Corpo de Bombeiros recebeu pelo menos 10 chamadas em várias regiões de Manaus. No primeiro momento, a maior preocupação foi com a estrutura dos prédios, mas, apesar do susto, não há registro de feridos.

O epicentro do abalo sísmico foi no mar, com hipocentro a uma profundidade de 41 km. Descartado o risco de um tsunami, trata-se agora de prover às necessidades dos sobreviventes e, sobretudo, de resgatar aqueles que ainda se encontram com vida sob os escombros.

São operações muito difíceis neste momento, por causa da falta de água, eletricidade e linhas telefônicas, e pela impossibilidade dos meios de socorro de se deslocar rumo às zonas atingidas.

De fato, parte da rodovia costeira está intransitável e já se registram episódios de saqueios e de delinqüência comum, segundo o relato de testemunhas às emissoras locais.

O presidente peruano, Alan Garcia, declarou imediatamente estado de emergência no departamento de Ica, 145 km ao sul de Lima, região do Oceano Pacífico mais próxima do epicentro e onde ruiu a Igreja do Senhor de Luren, justamente quando estava sendo celebrada uma liturgia religiosa.

Sobre a situação na zona atingida pelo terremoto, a Rádio Vaticano ouviu, esta manhã, o testemunho do bispo de Ica, Dom Guido Breña López.

Dom Guido Breña López:- "Centenas de famílias não têm um lugar para onde ir agora e também o Ministério da Saúde disse que os hospitais não estão preparados para tudo isso. Durante o dia, verei qual é a situação real, porque no momento do terremoto perdemos a corrente elétrica e não sabemos quantos são os mortos. O terremoto foi verdadeiramente fortíssimo. Eu me encontrava na residência episcopal e pensei que tivesse chegado o fim para todos. A maior parte das antigas habitações da cidade ruiu, mas também na zona rural, não há energia elétrica, água e alimentos. O governo disse que fará tudo que for possível para ajudar o povo, e também a Igreja no Peru e a Caritas esperam fazer algo."

P. Dom Guido, o presidente Alan Garcia declarou estado de emergência na região atingida pelo terremoto. As ajudas já começaram a chegar?

Dom Guido Breña López:- "Não sei se já chegaram. Faltam médicos e medicamentos. É difícil quando falta energia elétrica e não existe nenhum modo de se comunicar na cidade. Eu mesmo não sabia que a Igreja do Senhor de Luren havia desabado. Quis falar com o pároco, mas o telefone não funcionava naquele momento. A situação é esta e é verdadeiramente muito difícil."


Fonte: Radio Vaticano


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