RCC Tocantins
24/08/2007 - 00h00m

O Sacrifício Eucarístico

 
O Sacrifício Eucarístico é o ápice do ofertório do Filho ao Pai. O Filho despindo-se de si mesmo, entregando-se ao Pai como o preço que resgata a dignidade original do ser humano (Fl 2,6-8).

Uma vida vale o Sangue “de Deus”. Nada há de mais valioso que a vida humana. Por nada neste mundo foi derramado o Sangue de Cristo. Ele foi derramado unicamente pela humanidade(Jo 10,10). Este Sangue, ao cair na “terra”, a fecundou de tal forma que cada nova pessoa que nasce já vem imersa neste Sangue. O coração humano é como o cálice da celebração Eucarística. Assim como cálice contém o vinho que se transforma no Sangue de Cristo, assim o coração humano, se acolher este Vinho, Sangue, torna-se um por Cristo, com Cristo e em Cristo. Por este Sacrifício, o Filho deixa-se de se pertencer para pertencer unicamente ao Pai. Ao participar deste mesmo Sacrifício, o seguidor de Jesus deixa-se igualmente de se pertencer para pertencer ao Pai pelo Filho. Logo, toda Eucaristia é uma entrega de si a Jesus. Já que é uma entrega de si, ao sair de uma celebração Eucarística, a pessoa é, na íntegra, uma “propriedade” divina (Gl 2,20). Logo eu não me pertenço, sou de Jesus porque Ele entregou sua vida ao Pai para obter a minha vida.

Daí uma necessidade de uma verdadeira catequização para compreender o real sentido deste Sacrifício. Há muitos cristãos “Misseiros”, participam sem entender o que está acontecendo. A Eucaristia é o ápice da espiritualidade cristã. Algumas pessoas até repetem essa verdade, mas no fundo, não entendem e porque não entendem não vivem a Eucaristia no cotidiano. Toda a celebração eucarística é dirigida ao Pai pelo Filho. Nunca é dirigida ao Filho, pois é o Filho que se oferece, como sacrifício ao Pai, pela Redenção da humanidade. É por isso a oração da Coleta, conclusão do ofertório e pós-comunhão inicia dirigindo-se ao Pai: Ó Deus...

Jesus é o Cordeiro que oferece sua vida ao Pai e seu Sangue é aspergido naquele que adere seu projeto de Redenção (Ex. 12,21-23). Sem essa consciência fica impossibilitada a vivência eucarística. É por isso que uma boa parcela dos cristãos vai à Missa todo dia e não faz diferença em sua vida, continua a mesma pessoa de sempre com suas práticas, às vezes, até anticristãs. Fazem da Eucaristia um preceito, uma devoção popular e até objeto de crendices. A grande maioria dos católicos vive em falta grave com a Santa Missa, a Eucaristia, cumpre o preceito, mas, não vive o Mistério. Não vive porque compreende a Missa como preceito ou hábito cultural: “Minha avó era católica por isso eu sou católico” dizem alguns cristãos. Infelizmente esse dado é uma realidade em toda a Igreja. E torna-se um enorme desafio. Precisaria de uma nova evangelização dos católicos e um processo catequético revolucionário. Como disse, é grande o desafio, porque, se pensa em evangelização para não-cristãos e a catequese até então continua sendo sacramental sem vínculo entre Eucaristia e prática cotidiana.

Contudo, não se pode desanimar diante do grande desafio, mas, na graça de Deus procuramos despertar a consciência eucarística do povo de Deus. E acreditamos que essa é uma das grandes missões do batizado, da liderança de grupos e movimentos e agentes de pastorais. Liderança conscientizada é liderança conscientizadora! Como o Filho se oferece ao pai pela Redenção da Humanidade, da mesma forma, o cristão se oferece ao Filho pela continuação da Encarnação da Redenção na vida do povo.

Padre Vanilson,
Coordenador Estadual do Ministério para Sacerdotes
RCC Tocantins

cristosacerdote@rccto.org.br

LINK CURTO: https://rccto.org.br/r/kT

© 2012-2024. RCC-TO - Todos os direitos reservados.