RCC Tocantins
19/12/2007 - 00h00m

O Natal de Jesus

 

O Natal é a segunda vez que Deus , na História da Salvação, mostra sua “cara”. A primeira foi no inicio da criação, no Paraíso, o homem via Deus face a face. Criador e criatura viviam numa perfeita sintonia, andavam pelo Jardim, dialogavam e, certamente, até brincavam um com o outro.

Imagino que no fim da tarde, Deus chega no Jardim, para bater papo com o homem, jogar conversa fora, falar da beleza da natureza e sua biodiversidade. O homem falava de seu dia, como administrou toda aquela obra que no sétimo dia tinha recebido a incumbência de administrar, o crescei e multiplicai. Na despedida, Deus, passava a mão na cabeça do homem, abraçava e dava uma tapinha em sua costa sorrindo dizendo parabéns por hoje.

Então, desde o início, Deus já era o Deus Conosco. Ele não se fez Deus Conosco, Ele, sempre foi desde a eternidade. O homem era, da criação, o ser mais importante e poderoso. Ele deu nome aos demais seres e passou a administrá-los. Tais características, poder e importância, corromperam o homem.

Até hoje o homem tem dificuldade de lidar com o poder. Em nome do poder, muitas barbaridades foram cometidas no seio da humanidade. Já dizia o pensador grego: “O poder corrompe a alma humana”. Na segunda vez que Deus mostra sua “cara”, no Natal, Ele vem revestido da fragilidade humana para tornar o homem um rochedo. O Divino que se humaniza para divinizar o humano.

O Deus lá do Jardim é o mesmo do Natal. Tem as mesmas características. Deus conosco, que dialoga com seu povo, ensina o caminho, adverte a tomar cuidado com o fermento estragado (o fruto proibido), amplia os horizontes e tira o povo de seu abatimento. “O povo que andava na escuridão viu uma grande luz”. O cenário do Paraíso reaparece no natal. Deus se encarna e nasce (criação), Herodes vai querer matar o Menino (a serpente), mas Deus é o Senhor da história. O decreto de Augusto, o poder de Roma, sem consciência, converge para os planos de Deus. O Menino deve nascer em Belém para se cumprir a profecia. Portanto, Natal, é tempo de interiorizar a Ação Redentora de Deus na história da humanidade. É tomada de consciência da misericórdia infinita e amorosa do Deus Conosco que re-cria todo o universo.

É preciso desmistificar o natal. Ele não é festa para justificativa de bebedeira e até atos de paganismo, nem se resume em atos de dar e receber presentes e muito menos de Papai Noel. É tempo de uma profunda reflexão e tomada de decisão em abraçar o Projeto de Jesus Cristo. De revisar as relações humanas entre si e com a criação em geral. E o ápice desse tempo é a vivência da Eucaristia nesse dia. Natal sem Eucaristia é paganismo.

Pe. Vanilson, Congregação dos Redentoristas
Coord. Est. Ministério para Sacerdotes
RCC Tocantins

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