RCC Tocantins
17/08/2007 - 00h00m

Missa: a cura do Homem

 

“Que alegria quando me disseram vamos à casa do Senhor!”

O salmista expressa a maior satisfação que uma alma humana pode experimentar nesta dimensão. Estar na casa do Senhor é voltar ao aconchego da origem da vida que é o coração de Deus. A casa do Senhor é o retorno a Deus, onde a alma vive uma profunda comunhão com o Senhor; é gozo da alma.

Toda as vezes que alguém mergulha em um estado de profunda comunhão com Deus, ele sente um levitar, uma serenidade, uma paz tão intensa que se sente como flutuando. Porque sua alma é tomada pela presença da divindade. Esta alegria de ir à casa do Senhor é um desejo “natural” da própria alma. Ela sabe que é de uma dimensão sobrenatural e sente saudade deste habitat original. O teólogo Leonardo Boff escreveu um livro intitulado “A Águia e a Galinha” onde ele reflete a Parábola da águia que virou galinha. A águia nasceu para as alturas, viver nas alturas, voar nas alturas; um filhote é capturado e criado junto com as galinhas e passa a viver como uma galinha. Até o dia em que um homem a fez descobrir sua verdadeira identidade e a fez voar e passar a viver como águia. Assim é a alma humana: ela nasceu para as alturas (Deus) aqui vive uma missão, mas não é daqui (Jo 17,14). Através desta parábola podemos entender a expressão da alma do salmista: a alegria de voltar à casa do Senhor. A alma tem saudade de sua verdadeira identidade (ser águia); O Apóstolo Paulo faz uma referência a esta realidade quando dia que a criação geme como em dor de parto (Rm. 8,22).

A Santa Missa é para a alma humana este “estar na casa do Senhor”. Quando a Missa está sendo celebrada, a alma volta ao seu estado de origem, porque a terra, assembléia, é envolvida pelo céu, o Sacrifício Pascal. Neste envolver é que acontece a cura. Daí a expressão “missa de cura” que provoca a reação de outros dizendo: toda missa é de cura. Isso é uma verdade! Toda missa é de cura! A Missa é um estar na casa do Senhor e estar na casa do Senhor é uma cura. Portanto toda missa é de cura, mas essa cura não é automática, ela se dar a medida do mergulho de cada pessoa no Mistério Eucarístico (Mt. 17,20).

A maioria dos cristãos não compreende a profundidade desta verdade. Têm a Missa como simplesmente preceito; outros como devoção; outros por obrigação e até aqueles que a tem como superstição. A Missa não cura nem transforma sem que aja uma verdadeira adesão ao Senhor Jesus (Jo 14,6). Alguns sinais indicam esta falta de compreensão: enquanto a celebração eucarística está acontecendo tem gente rezando terço, rezando novenas e outras orações devocionais. Há aqueles vão tomar água, os que vão ao banheiro, os que vão lá fora tomar um ar e aqueles que saem para atender o celular. Esses são como os habitantes de Cafarnaum: Jesus não pode realizar ali milagres por causa da falta de fé daquele povo (Mt. 13,54-58). Por outro lado, há aqueles que insistentemente correm atrás do Senhor no desejo de voltar ao seu aconchego (Mt. 15,21-28). Esses são aqueles que são curados pela ação transformadora do Mistério Pascal. E um dos grandes sinais dessa cura é o compromisso que a pessoa assume a partir dessa cura. Põe-se a serviço(Mc. 1,29-32).

Pe. Vanilson
Coord. Est. Ministério para Sacerdotes – RCC Tocantins
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