RCC Tocantins
08/12/2011 - 00h00m

Imaculada Conceição

 
Celebra-se a 8 de dezembro, em todo o mundo católico, a Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, dentro do tempo do Advento. Com essa celebração, recordamos que, assim como o Pai preparou Maria para ser a mãe do seu Filho, também este tempo litúrgico quer que preparemos os caminhos para o encontro com o Senhor. Celebramos a “bendita entre as mulheres” que trouxe o “bendito fruto no seu seio”, pois o “menino que vai nascer será chamado Filho de Deus”.

Nossa Senhora foi imune do pecado original em virtude da escolha para ser Mãe de Deus, o maior dos privilégios de Maria. A Redenção, que Jesus Cristo nos alcançou com a sua Paixão, Morte e Ressurreição, foi aplicada a Maria por antecipação. O privilégio da Imaculada Conceição era festejado no Oriente já no século VIII, no norte da Europa no século XI, e o Concílio de Basiléia em 1439 já indicava como verdade de fé.

Todos os privilégios de Maria dependem do fato de que ela é Mãe de Jesus, Filho de Deus, nosso irmão e Salvador. Maria foi preparada por Deus desde o primeiro instante de sua existência, para acolher Aquele que realizaria a salvação do mundo. O Senhor antecipou para Maria, a “bendita entre todas as mulheres”, a graça da Redenção que seu Filho conquistaria com sua Paixão e Morte. A Imaculada Conceição de Nossa Senhora foi o primeiro fruto da Redenção de Jesus.

A Igreja, por meio desse Dogma de Fé, ensina que a Mãe de Deus foi concebida sem mancha por um especial privilégio divino. Ao proclamar, em 1854, o dogma da Imaculada Conceição, o Papa Pio IX escreveu: “Nós declaramos, decretamos e definimos que a doutrina segundo a qual, por uma graça e um especial privilégio de Deus Todo Poderoso, e em virtude dos méritos de Jesus Cristo, salvador do gênero humano, a bem-aventurada Virgem Maria foi preservada de toda a mancha do pecado original no primeiro instante de sua conceição, foi revelada por Deus e deve, por conseguinte, ser crida firmemente e constantemente por todos os fiéis”.

A definição do Dogma da Imaculada Conceição foi cercada de fatos e sinais muito significativos. Já existia a devoção dos fiéis a esse privilégio de Maria, afirmado na Liturgia, nas homilias e em obras teológicas, como em Santo Anselmo, quando aos 17/11/1830 uma Irmã de Caridade de Paris, Catarina Labouré, (canonizada em 27 de julho de 1947 pelo Papa Pio XII), em oração teve uma revelação particular. Ela declara: "Os seus pés repousavam sobre o globo terrestre; de suas mãos voltadas para a Terra jorravam feixes de luz. Formou-se em torno da Virgem uma moldura oval, sobre a qual se liam em letras de ouro estas palavras: Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós, que recorremos a vós".

O Papa Pio IX, depois de um profundo estudo e consulta a bispos e teólogos, e considerando que era oportuno resolver, definiu o dogma aos 08/12/1854 na Basílica de São Pedro, na presença de mais de duzentos bispos e uma enorme multidão de fiéis.

Menos de quatro anos após a definição do Dogma da Imaculada, ocorreu as aparições de Lourdes, de 11/02 a 16/07 de 1858. Sendo que a 25/03, através de revelação particular, veio a declaração expressa: “Eu sou a Imaculada Conceição”. Era como um eco da manifestação a Santa Catarina Labouré e uma resposta à declaração do Papa em 1854.

Deste modo, na festa de hoje, celebramos sua Imaculada Conceição, isto é, desde a sua concepção, no ventre de sua mãe, ela não só não traz a mancha do pecado, mas, sobretudo, é plenificada pela graça de Deus. Assim, Maria é preservada do pecado e plenificada pela graça por antecipação, tendo em vista os futuros méritos de Cristo. Na verdade, santa devia ser, desde sua concepção, aquela que daria à luz a Jesus Cristo, Salvador da humanidade passada, presente e futura.

Se Maria é a Virgem cheia de graça, celebrar a Imaculada Conceição é reviver a nossa vocação para, como Maria Santíssima, sermos homens e mulheres repletos da graça de Deus, abandonando o pecado e procurando viver com intensidade a nossa fé.

Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo, para sempre, amém!

Dom Orani João Tempesta, O. Cist.

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro - RJ

FONTE: CNBB

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