RCC Tocantins
09/09/2008 - 00h00m

A fé sem obra é morta

 

Certo dia Jesus em suas andanças se deparou com dez homens infectados pela lepra. Estes ao verem que era Jesus lhe suplicaram que os curassem da enfermidade, que na época não havia cura.
 Jesus parou, escutou a sua súplica e os mandou que procurassem o sacerdote. O sacerdote era como o profissional da área da saúde que dá o diagnóstico ao paciente. Então, o sacerdote, ao perceber que a pessoa havia sido curada lhe dava um certificado para reintegração da pessoa no convívio social, pois, o leproso é banido da sociedade como forma de evitar o contagio.

 Esta carta do sacerdote era o certificado da saúde da pessoa. Aparentemente Jesus não faz nada, apenas, os envia ao sacerdote. Os fatos de eles terem ido demonstra certo grau de fé e confiança. Acreditaram, por isso foram. Logo aqueles homens são pessoas de fé. Não é fácil alguém fazer um pedido e a pessoa dizer vai e pronto. Ao entrar no texto percebemos que não é tão fácil assim: vai e te apresenta ao sacerdote. Tem que ter muita fé pra fazer uma coisa dessas. E no caminho eles ficam curados. Um deles volta para agradecer o homem que o tinha curado. Os outros nove foram embora conforme Jesus havia mandado. Eles obedeceram. Jesus os mandou ao sacerdote, eles foram. Até aqui não há nenhum problema. Ninguém erra por obedecer.

São pessoas de fé e obedientes. Acontece que em nome da lei acabamos nos tornando insensíveis. Porque nos mandou não somos capazes de ir além. Que custa voltar um pouco agradecer e depois prosseguir o caminho para o sacerdote? Vejo que é aqui que pecamos. Vivemos correndo atrás de Deus para nos ajudar sair de nossos problemas, insistimos com Ele oportunamente e importunamente, mas nos esquecemos de voltar para agradecer. É aqui que cito a RCC, em todo evento, sua liderança, se reúne para orar com tríduo, vigília, cerco de Jericó, como os dez leprosos vai à busca do sacerdote para ajudar em seus empreendimentos.

 Mas não conheço, após o evento, a RCC se reunir para agradecer o acontecido, o leproso que volta para agradecer a cura. A RCC está mais para os nove leprosos do que para o leproso que volta. Na hora de se fazer um evento se mobiliza todo o movimento para preparar-se em oração, mas depois que passa ninguém volta para orar em ação de graças pelos feitos de Deus. Não fomos catequizados para voltar. Obedecer é sinônimo de seguir em frente, mas nem sempre seguir é o correto, pelo menos, em determinados momentos da vida. Voltar pode ser bem mais honroso do que seguir. Lembro a história do bom samaritano, as personagens anteriores estavam tão preocupadas que não tiveram tempo de voltar para ajudar o semelhante.

O Apóstolo Tiago diz que a “fé sem obra é morta”. Do que adianta ir ao sacerdote se não se sabe voltar? São Paulo diz que a lei sem caridade é morta. Obedecer sem voltar não serve para nada. Para que serve a carta do sacerdote sem a arte de saber voltar? E nós, o que estamos valorizando: a carta do sacerdote ou à volta para aquele que é o sentido do caminhar?

 

Pe. Vanilson, CSSR.

 

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