RCC Tocantins
10/05/2007 - 00h00m

A anticoncepção é pecado? - parte I

 
Atualmente mais de 80% dos casais casados nos Estados Unidos usam algum tipo de método de controle da natalidade. A maior parte dos casais que têm relações sexuais sem estarem casados também usam anticonceptivos. Trinta por cento de todas as mulheres casadas em idade fértil foram esterilizadas.
No entanto, nenhum anticonceptivo é totalmente seguro e essa é a razão pela qual nosso mundo hedonista pede a gritos o mal chamado "direito" ao aborto. O aborto é sensivelmente a conseqüência da falha dos anticonceptivos. Também sabemos que pelo seu efeito todas as pílulas anticonceptivas às vezes são abortivas. Portanto, não se pode negar a conexão entre a anticoncepção e o aborto.
Um casal casado que pratica a anticoncepção faz duas coisas:
1) decide conscientemente praticar a anticoncepção e;
2) utiliza métodos concretos para impedir a concepção, como por exemplo, as pílulas anticonceptivas e os preservativos. Podemos nos dar conta com clareza de que estes casais se rebelam com toda a intenção contra sua fertilidade, ao frustrar deliberadamente a dimensão procriadora do ato conjugal.
Há razões válidas para que um casal casado (e só dentro do casamento) decida que agora não é o momento oportuno para ter um bebê. Por exemplo, a saúde da mãe pode ser precária. Porém, o fim não justifica os meios. Há uma diferença enorme entre a anticoncepção e o planejamento natural da família (PNF). O PNF é aceitável moralmente, quando os esposos têm motivos graves para espaçar os nascimentos de seus filhos, porque respeita inteiramente a dignidade das pessoas e o caráter do ato conjugal. A propósito, os métodos modernos de PNF não custam nada ou muito pouco, são fáceis de aprender, são eficazes e não dependem, para sua realização, de que a esposa tenha ciclos regulares ou irregulares.

O que é o pecado?

O pecado tem haver com a faculdade humana de decidir e atuar. Pecar significa querer fazer o mal. Pecar é muito mais que cometer um simples erro, como somar mal uns números. O pecado não é "ser surpreendido cometendo um crime", mas é a vontade de cometer um ato perverso. O pecado implica em Deus. Se não existisse Deus não falaríamos de pecado, mas de erros, decisões desacertadas, falta de prudência e conveniência.
Quando pecamos, escolhemos deliberadamente ir de encontro à lei moral de Deus. A moralidade se aplica a todas as pessoas e a todas as esferas da atividade humana. Posto que a moralidade é objetiva e foi estabelecida por Deus, não temos o direito de recusá-la, trocá-la ou decidir seletivamente quais de seus princípios são válidos. O Papa Pio XII ensinou que o maior pecado do século XX foi a perda do sentido do pecado, o qual é uma afronta à bondade e à santidade de Deus.
Alguns pecados são óbvios porque se podem detectar facilmente suas desastrosas conseqüências na sociedade; por exemplo: o genocídio, a escravidão, os campos de concentração. Porém outros pecados são mais sutis, seus efeitos daninhos estão ocultos à primeira vista.

Padre Matthew Habiger OSB, Ph.D.

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